Opinanço

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quinta-feira, agosto 17, 2006

Não sei se afinal odeio Agosto...

Estou há dias no escritório sem fazer nada. Chateada por não fazer nada.
Mas a verdade é que também não me apetece fazer nada do que tenho para fazer.
Tou metida num paradoxo. E não sei como sair dele.
Sempe gostei de Agosto, aliás, sempre achei que o mês de Agosto era excelente para não tirar férias: toda a gente sai de Lisboa, não há cá ninguém, não há transito, não há chatices, não há nada de sério para fazer nem com que se preocupar. Por isso, para quê sair de Lisboa se posso cá ficar na calma e usar aquelas outras épocas do ano, em que até é verão noutros países, para viajar ou conhecer, ou bem, não fazer nada noutro sítio qualquer.
Só que agora isto de não ter nada para fazer mas ter de estar sentada numa secretária, dentro de um prédio (por muito que eu até goste disto), quando está sol lá fora e usar esta roupa séria e estes saltos altos quando a vontade é de vir de havaiana para o escritório... bem, torna-se, no mínimo, chato.

Chego, não-sei-quantos-anos-depois de inicialmente ter decidido que nunca iria tirar férias em Agosto, à conclusão que se não tou aqui a fazer nada, mais valia não estar a fazer nada noutro sítio qualquer.

Ainda pensei que, pronto, a praia também não está assim tão longe, nem tão cheia que não se possa frequentar ao fim-de-semana, por isso, recebo o meu querido levantamento ao fim do mês e ainda consigo um bronzezito. Mas afinal essa é outra.
Nunca mais vou pá Costa ao Sábado!
Qual choque cultural.
É que se durante a semana ainda há as escolinhas com os miúdos cheios de creme (qual crómio nos Morangos com Açucar, que sim, eu via antes de começar a chegar a casa todos os dias a horas em que nem consigo apanhar o episódio no horário nobre e, portanto, antes de aquilo ter deixado de ser produção nacional de completo desinteresse cultural que levava, contudo, a reminiscencias saudáveis do género "epá, eu quando andava na escola não era nada assim, como isto mudou!" para passar a produção nacional de ainda maior desinteresse e a roçar o pornoconcupiscente), ao fim de semana é a festa da geleira e da família do chapéu-de-sol que, em bloco, com avós, tios, primos, cunhados, filhos das vizinhas e tudo e tudo, vai apanhar um bocado de sol e merenda.
Tá bem, isso já se vê na Costa à semana em tempo de verão... Só que ao fim de semana são aos milhões, estão por todo o lado, e quem acaba por se sentir a mais são os pobres coitados que, como eu, ter marido só numa interpretação muito lata da palavra, filhos, nem pensar nisso, e geleira, mesmo que quisesse comprar, nem sei onde se vendem! E o tijolo. Também não tenho tijolo. Se bem que agora também não é preciso, não estivesse eu na praia no outro dia e, qual versão Club Med do Waikiki me aparece uma brasileira aos berros a dizer que vai começar a aula de Hip-Hop e se lançou toda maluca, microfone e música em altos berros, aos pulinhos toda contente, com outros praiantes todos contentes a acompanhar. Isto da globalização é brutal. (E assustador, será?)
E, depois, depois sai tudo da praia à mesma hora!
É que às 6, às 7, ou às 8, tanto faz, parece que sai TUDO ao mesmo tempo. Parece que alguém lança a ideia (que se espalha qual sms idiota na altura do Natal) e é a debandada! E não interessa se se consegue sair dos caminhos poeirentos sem encontrar ng, é que quando isso acontece, já tá tudo na via rápida, por isso apanha-se transito na mesma.
Mais vale ficar em casa ao fim-de-semana.
E assim, mais uma vez, o meu grande plano de não fazer férias em Agosto, ganhar o meu dinheirinho e ficar bronzeada na mesma, se frustra.
Começo a achar que afinal odeio Agosto. Afinal, não é nada como eu tinha imaginado. E mesmo a odiar Agosto continuo sem nada para fazer e a não me apetecer fazer o que tenho para fazer. E não sei muito bem sair daqui.
Preciso de férias....